Tenho cicatrizes que nunca me
abandonarão. Elas
não doem,
não incomodam e me fazem lembrar do quanto a vida
é
perene,
do quanto somos acessíveis
ao que
nos envolve e do quanto
podemos nos construir com as
tempestades
que chegam sem
avisar.
Dizem
que muitas pessoas
são
destruídas porque
ninguém
acreditou nelas, disseram-nas
incapazes e
mataram a tão
pequenina semente do querer ser grande ou algo na vida.
Mas a força maior,
acreditem,
está nas pessoas que precisam
sobreviver, as que precisam
arregaçar
as mangas e ir
à
luta, as que sentem-se
sozinhas e
ainda acordam a cada
manhã.
Quão admirados ficamos
diante de
um cego que encontra seu
caminho com facilidade ou
de um
deficiente que trabalha,
desenvolve talentos. Olhamos para
nós mesmos e
sentimos
vergonha da nossa imagem no
espelho. Somos
perfeitos e não
vamos a lugar nenhum!!!
A facilidade ao invés
de
colaborar com nosso
crescimento,
aniquila nosso poder. Se quisermos provar
nossas
capacidades,
temos que aceitar nossas dificuldades e fazer delas
instrumentos da construção do
nosso eu.
Casas são
construídas sobre
pedaços de pedras e
não sobre
leito de rosas. Elas precisam de base e de base precisamos
nós.
Aquilo que não nos
destrói, deve nos
construir. Aquilo que não
nos destrói, deve nos deixar mais fortes.
As mesmas lágrimas que
molham
nosso rosto aliviam nossa
alma, trazem a calma e o sono gostoso.
Deus sabe da força
dos
nossos braços e das nossas
pernas e
até onde pode doer nosso
coração.
Ele não nos julga incapazes, não nos julga
pequenos e
sabe que
existem fontes em desertos, flores
entre
espinhos e segredos
maravilhosos escondidos no seio da terra.
Letícia
Thompson
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